segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

NATAL


tão bom se ao invés de camisetas, bijous, perfumes e tantas outras coisas, a gente pudesse presentear com carinho embrulhado em laços de fita, solidariedade em caixas coloridas, compreensão em sacos de juta e confiança em papel estampando.

tão bom que ao invés de dividir em parcelas sem juros, a gente pudesse multiplicar com juros de sorriso. que ao invés de cartão de crédito, a gente usasse o brilho no olhar como forma de pagamento.

quem dera que o mais importante não fosse o tamanho da árvore no meio da sala, mas as pessoas ao redor dela. que amigos não fossem secretos, porque amizade tem de ser um livro aberto.

quem dera que todo mundo lembrasse que natal não é mais um feriado no calendário, nem mais um jantar pra usar roupa nova, é o dia de celebrar que amar o próximo vale a pena, mesmo que tudo a nossa volta mostre o contrário.

quem dera que isso não fosse só mais um texto de natal, mas sim uma forma real de pensar e agir.

quem sabe, não é?!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

MUDANÇA

"todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo."
(leon tolstoi )
taí.
quantos de nós não temos uma lista pronta, de cor, sobre tudo o que deveria
mudar no mundo?
mas quantos de nós temos essa lista sobre mudanças próprias?

será que nos vemos tão claramente perfeitos para não aspiramos mudanças?
tolice.

somos tão perfeitamente imperfeitos que vivemos em busca da perfeição.
e não se chega a ela sem mudanças.

mas por ora não busco a perfeição, só as mudanças.
alguma sugestão?

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PRA LÁ, PRA CÁ OU AQUI?

“ainda vou te levar pra outro lugar,
além do sol e do mar”(detonautas)


onde é o lugar da gente?
onde nascemos ou onde vivemos?
onde temos amigos ou onde temos desafios?
onde estamos bem ou onde podemos ficar melhor?
onde pode estar o nosso amor ou onde ele possa nos encontrar?

o que a gente faz?
vai pra lá, pra cá ou fica aqui?

Alguém aí tem um mapa?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

CADÊ?


“vês! ninguém assistiu ao formidávelenterro de tua última quimera”.(augusto dos anjos)

quantas vezes não procuramos por alguém e não encontramos?

aquela mão amiga que vai se estender junto à sua para ajudar na caminhada.
aquela voz que vai somar-se à sua para um protesto ou para uma simples opinião.
aquele olhar de cumplicidade que espera pela vez de se fazer aparecer.

quantas vezes?

algumas, várias, mas nunca nenhuma...

as mãos às vezes se escondem, seja pelo medo do frio ou do calor do fogo;
as vozes se calam, emudecem pelo receio ou excesso de prudência;
os olhares se perdem talvez porque mudem de direção.

acontece, é da natureza humana.
não nos cabe julgar.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

OS SETE PECADOS

“aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela” (jo 8:7)

antes de me condenarem pelo título, aviso: sou noveleira sim, e daí?

e aí descubro que já comecei cometendo o pecado da ira, sendo tipicamente eu: uma menina malcriada.

e me pego também morrendo de fome, afinal, enquanto escrevo o relógio já marca 12h51. penso no almoço, e mais ainda, em uma possível sobremesa e lembro que tô precisando perder pelo menos um quilo e meio.
só em um parágrafo acumulei dois pecados: a gula e a vaidade.

já são 3 ao longo do texto.

e claro que um texto puxa outro, e puxa pela memória e as lembranças vêm à tona e cá estou eu pensando em luxúria e quanto eu gostaria de viajar, mas preciso economizar pra ter meu carro porque estou cansada de andar de ônibus. e aqui se vê uma pitada (talvez) de avareza e preguiça.

só falta mais um e eu completo os 7 pecados capitais em um só texto.

que inveja dos puros!
pronto, completei.

e agora?
agora com a cara mais lavada do mundo, olho pra cima, peço perdão e fico com um sorriso no rosto. porque sei que o perdão virá. o Pai do Céu é mais complacente que todo mundo, compreensivo e conhece meu espírito mais que eu mesma. sabe que entre meus maiores pedidos está o de merecer todas as graças que derrama sobre mim.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

CARTAS DE AMOR

“todas as cartas de amor são ridículas. não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. também escrevi em meu tempo cartas de amor, como as outras, ridículas”(fernando pessoa / álvaro de campos)

é. eu também, em meu tempo, escrevi cartas de amor. e por ser o meu tempo, além do passado, o tempo presente, também escrevo e-mails, scraps, blogs, torpedos e post-its.
e todos foram e são ridículos. e são também verdadeiros, mesmo que pela verdade de um instante.


o tempo é tão subjetivo.

em uma fração de horas um amor pode nascer, crescer, amadurecer e morrer.
ou levar anos para germinar. nunca se sabe.

o que sei é que não só escrevi, como continuarei a escrever cartas de amor, das mais ridículas possíveis, isso será sempre um sinal de que meu coração pulsa, acelera e vive cada emoção e se entrega e chora e ri. aos que já receberam de minhas cartas, foram todas verdadeiras, em seu tempo, e ridículas também.

“mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são
ridículas.” (fernando pessoa / álvaro de campos)

terça-feira, 7 de agosto de 2007

ANJO MARAVILHA

“um anjo do céu que trouxe pra mim...” (natiruts)

minha mãe sempre me manda dormir com os anjos, diz que assim, o sono é melhor e que estarei mais protegida à noite.

não sabe ela, que dia desses, em um lugar que se pode chamar de maravilhoso, eu esbarrei em um.

cheguei a fazer um certo contato, um contato bem próximo eu diria. contato esse que ia aumentando conforme o ritmo da música que tocava ao fundo e a vontade de contactar cada vez mais.

por umas poucas frações de segundo eu bem que pensei em seguir os conselhos da minha mãe e realmente dormir com “os anjos” naquela noite, mas aí lembrei de outros conselhos que iam de encontro a esse e achei por bem só dar uns leves cochilos...

Se eu dormi bem e mais protegida aquela noite? Não sei ao certo, fui invadida por sonhos e lembranças e a vontade de acontecer logo um próximo esbarrão, e aí sim, esquecer os outros conselhos e ficar só com esse:
durma com os anjos minha filha.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O HOMEM DA MINHA VIDA

"a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" (vinicius de moraes)

não sei como ele é.
não sei se ele já passou por mim.
se está ao meu lado sem que eu perceba,
ou se entrou numa esquina errada e se perdeu pelo caminho

aliás, o que é mesmo o homem da vida de alguém?
aquele que dá friozinho na barriga
ou o que transmite segurança?
ou será ainda aquele que a gente gruda feito chiclete?

hum...talvez seja aquele que a gente admire ou o que a gente ache perfeito pra ser o pai dos nossos filhos.

quem sabe é aquele que nos faz rir, ou o que percebe nossas emoções mesmo que a gente as esconda.
ou será aquele que vê charme nas nossas estrias, nem repara nos furinhos do bumbum e das coxas, e adora nossa barriguinha saliente pra deitar a cabeça?
ou então pode ser aquele que passa horas nos ouvindo falar porque admira nossa inteligência.

sei lá, acho que a gente sabe na hora que vê, né?
por isso é importante deixar os olhos bem abertos porque ele pode passar rápido e a gente nem perceber...e aí...bem, aí...fazer o que?

procurar um oculista urgente e também um cardiologista pra abrir seu coração e deixar o amor entrar!

terça-feira, 10 de julho de 2007

AQUARELA

"Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel..." (toquinho)

sou feita de cores.

arco-íris de emoção.
uma cor por vez, ou vez por outra, todas elas.
sou preto no protesto.
sou branco na verdade.
sou transparente no que sinto.
sou as cores da vida,
porque minha vida...
é cheia de cores.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

FALAR

“mas o que há assim de tão perigoso por as pessoas falarem, qual o perigo dos discursos se multiplicarem indefinidamente? onde é que está o perigo?” (michel foucault)

qual seria esse perigo das pessoas falarem?

será que seria o falar demais? mais do que o devido ou permitido?

ou seria falar tanto, mas tanto, que a verdade acabaria se esvaindo, só restando palavras vazias de emoções sinceras?

onde está o perigo?

quinta-feira, 31 de maio de 2007

PERGUNTAS E RESPOSTAS

“responda rápido: se a lua é feita de queijo por que quem tá lá é um dragão e não um rato?
resposta 1: hehehehe
resposta 2: kkkkkk – porque o dragão é um rato tamanho família
resposta 3: ele gosta de comer queijo quente – am am ... fogo.. dragão.. am am
resposta 4: “
(enquete para 4 amigos do msn)


engraçado como uma pergunta simples, até mesmo tola, pode ficar sem resposta simplesmente porque veio de supetão, do nada e aparentemente não tem significado algum.

e qual a melhor resposta para uma pergunta desconcertante? talvez um sorriso.
enquanto você sorri, ganha tempo para pensar em uma boa resposta, ou pelo menos em uma que não te deixe ainda mais embaraçado.

tem gente que olha pra cima, como se esperasse uma ajuda do céu.
tem gente que olha pra baixo, como se quisesse enfiar a cara na terra.
tem gente que se esquiva dando uma resposta qualquer
tem gente que nem responde, finge de morto e sai de fininho

cada um se sai como pode ou como consegue de uma pergunta para a qual não tem uma resposta, ou pelo menos não aquela que o locutor espera ouvir.

coisas da vida.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

O DOCE SABOR DA CONQUISTA

"aonde tiver sol, é pra lá que eu vou" (j. quest)

quem me conhece sabe que adoro doces.
bolos, sorvetes, chocolates, brigadeiros e afins...delícia total.
nem mesmo os quilos a mais que andei conquistando me fazem resistir.
gosto e pronto.

mas um doce que ando provando há algum tempo é o doce da conquista.

aquele doce que demora a ficar pronto, que nem sempre tem receita fácil, que é complicado de achar os ingredientes...mas que quando a gente acerta o ponto...eita, lambuza os beiços e fica de barriga cheia de satisfação.

esse doce que não tem preço (nem mesmo com o mastecard), que é feito de suor, de esforço, de vontade, de luta.
esse doce que não tem por aí em qualquer confeitaria.
esse doce que tem um sabor ainda mais especial quando a gente coloca na bandeja e divide com os amigos. (porque assim a gente não engorda só!!!!!)
esse doce que é doce na boca e na alma.

obrigada ao grande chef da vida pelos doces que me ajuda a fazer.

ps: como eu adoro doces, vou continuar atrás de mais, né?

segunda-feira, 7 de maio de 2007

DIVIDIR

“para um amigo sempre um pedaço de nós

se por acaso hoje fosse o meu primeiro dia de vida agradeceria por ter nascido com o sol a pino, aquecendo cada gota de sangue que circula em minhas veias. sairia do conforto e proteção da placenta de minha eterna e amada mãe para abrir a minha alma aos que mais me apaziguassem. cairia na alegria da descoberta da vida, desde o primeiro abrir dos olhos, inclusive aquele calorão, à claridão do dia que insistia em fazer meus olhos cerrarem.

em compasso minha respiração mostra um novo universo. o ar mais profundo, e volto a respirar mais forte ainda, então tenho a certeza que tudo é novo!
os tapas do médico, os braços de minha mãe, os afagos da enfermeira e a criancice dos adultos incomuns, como tudo que se abre a minha percepção. "como eles são grosseiros em suas interpretações palhacésticas". é um tchau, um sorriso elastecido, um indicador e olhares que não param de me mirar. acabo de nascer e já falam que tenho pouco cabelo, que é enrolado, mas......... tenho um ar de criança que todos querem sentir. será que renasce algo neles em ver tudo isso?

sorte minha que fui nascer assim, às avessas, ou normal até de mais, o certo é que o universo é a cada abrir de olhos um novo momento..... como é bom ver a lua... “ (fábio rocha)


dividir é ceder um espaço que é seu para um amigo filosofar junto com você.

terça-feira, 24 de abril de 2007

AMIZADE

"e eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!" (vinícius de morais)


até chegar aqui, escrevi e apaguei, comecei e não terminei, salvei e reescrevi.
descobri que amizade não é algo fácil de se descrever, definir ou conceituar.
percebi que amizade tem muitos rostos, muitos gestos, muitas semelhanças e também muitas diferenças.
me dei conta que amigos não são tesouros, porque tesouros despertam cobiça, inveja e maus atos e amizade só faz bem.
constatei que amigos não se guardam só do lado esquerdo do peito, amigos se guardam na alma.
atestei que amigos não precisam ser iguais a gente, pois a harmonia se dá no respeito, na compreensão, na tolerância e não só nas afinidades.
senti que o amigo não é aquele que diz o que você quer ouvir, ele diz o que acha certo dizer, mesmo que isso provoque dor ou desconforto.
me liguei que amizade não é se ligar todo dia, é estar ligado para falar quando for preciso.
concluí que por mais que se tente, amizade é algo tão grande, tão complexo, tão transcendente e metafísico (e também tão simples) que ganha mais quem vive a amizade do que quem tenta explicá-la.
então amigos, vamos viver tudo que há pra viver: descobrindo, percebendo, se dando conta, constatando, atestando, sentindo, se ligando e concluindo que somos abençoados por Deus e amigos por natureza.

terça-feira, 10 de abril de 2007

EX-COLHA

“não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo. mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo” (cecília meireles).

dia e noite, noite e dia estamos sempre fazendo escolhas.
das mais banais, como comer ou não sobremesa, às mais importantes, como casar ou comprar uma bicicleta.
não importa, precisamos sempre escolher.

e essa não é uma tarefa fácil.
toda escolha implica entre ficar com isto e abrir mão daquilo e a gente tem uma mania de querer ficar com tudo, né? mas tudo não pode, tem que escolher.

escolher entre seguir objetivos do outro lado do mundo ou largar tudo por um grande amor. ir à praia tomar caldinho com os amigos ou ler pela milésima vez aquele livro-difícil-pra-caramba-porém-essencial.

e assim a gente segue, entre istos ou aquilos.

e assim eu sigo, desejando escolher direito, mesmo sem saber direito o que isso significa.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

DECEPÇÃO

“did i disappoint you or leave a bad taste in your mouth?” (U2)

decepção.
sentimento triste que corta, fere, divide em dois ou mais pedacinhos o sentimento que a gente tem por alguém.
ou o que alguém tem por nós.

será que em algum momento dessa minha vida já decepcionei alguém?
provavelmente sim.
ah...com certeza sim.
até mesmo sem saber, sem sentir...e principalmente, sem querer.

a gente decepciona quando não retribui, a gente decepciona quando não se mostra do jeito que o outro pensava que seria, quando a expectativa é maior que a realização...a gente se decepciona quando é traído, preterido, esquecido.

são tantas e inúmeras as formas de decepcionar-se e decepcionar.

o pior da decepção é que ela atinge quem a gente estima e é quem a gente estima que nos atinge.
se não fosse assim, não tinha decepção.

àqueles, que por ventura eu tenha decepcionado e que por minha sorte possam ler essas minhas linhas, minhas desculpas.
e àqueles, que por descuido me decepcionaram...acontece, é a vida, vai passar.

quinta-feira, 29 de março de 2007

PALAVRAS

“a palavra é o modo mais puro e sensível de relação social” (m.bakhtin)

é na interação que as palavras tomam forma, corpo, razão e sentido.
é em mim quando falo com você que a palavra se expressa e se mostra.
é em você falando com outrem que ela se apresenta e diz a que veio.
é quando alguém ler o que está aqui, que o que está aqui nasce, se faz vivo, pulsante.
é no diálogo-monólogo da minha interação com meu interior que as palavras que penso ganham algum valor.
as palavras que não são ditas e trocadas se perdem no ostracismo.
mas o silêncio também fala, o não-dito muitas vezes tem mais a dizer que o dito.

é preciso estar atento, pois cada palavra suplica, em grito ou silêncio: fala comigo, interage com teus semelhantes e diferentes.

terça-feira, 27 de março de 2007

SAUDADE SEM MEDIDA

atenção senhores passageiros, favor apertar os cintos, dentro de instantes iremos decolar.

6h40 e o avião levanta vôo, tendo entre seus passageiros meus dois pequenos amores.
enquanto o avião decola a saudade aterrisa. aterrisa e deixa comigo uma penca de boas lembranças, uns não-sei-quantos litros de alegrias, quilos de muita bagunça, gramas de imagens inesquecíveis, metros de brincadeiras, dúzias de primeiras palavras e mais uma porção-tamanho-família de tantas outras coisas.

saudade é coisa sem tamanho, mas não é coisa triste, porque triste é quem não tem de que ou de quem sentir saudade.
saudade só sente quem ama, quem gosta, quem tem bem-querer, quem bem-quer.
saudade tem a ver com estar longe, mas mais ainda com ter estado perto.

em uma hora qualquer, de um dia qualquer eu aperto o cinto, decolo e deixo a saudade presa na imigração.