sexta-feira, 13 de abril de 2012

O DITO, O NÃO DITO E A DÚVIDA


"escolhe teu diálogo e tua melhor palavra ou teu melhor silêncio. mesmo no silêncio e com silêncio dialogamos." (carlos drummond de andrade)

muitas vezes as palavras são desnecessárias.

atitudes, gestos, expressões, falam por si só, criam diálogos mudos.
e no silêncio as coisas são ditas, o sentido é claro e tudo fica entendido.


outras vezes, contudo o silêncio não fala, confunde.
o silêncio é não uma forma de diálogo, mas o fato de não saber dialogar. ou não querê-lo por não saber o que dizer.

esse silêncio embaralha. gera mais silêncio ou palavras vãs, perdidas, por vezes injustas.
em um mundo de imaginações infinitas e caminhos diversos de sentido, faz mais sentido e urgente um dito, ou um não dito que fale, grite.

um silêncio mudo gera surdez.
gera mais silêncio.

e pelo que não foi dito se perde, pelo que tinha a ser dito, o que se teria por viver.