"ele queria sair para ver o mar / e as coisas que ele via na televisão / juntou dinheiro para poder viajar" ( legião urbana)
quando a gente é criança quer ser tanta coisa que nem sabe se cabe
em uma pessoa só tanto querer.
astronauta, atriz, repórter, veterinário.
são tantos sonhos em meio a tantas brincadeiras, a um futuro
tão distante que chega quando a gente menos espera.
entre queimado, elevador tem quatro cantos, cuscuz, briga de
galo, castelos de areia, escaladas de muro, pera-uva-maça, expedições em
terrenos baldios e luais regidos ao som do legião teve gente que quis ser veterinário.
acabou sendo
advogado.
mas como nasceu pra ser artista a única causa em que
legislou foi em causa própria. seguiu o talento, o sonho, o chamado.
ralou, penou, como qualquer um que busca um sonho. realizou.
e dos luais com fitas cassetes ele foi direto pro estúdio
com ninguém mais, ninguém menos, que um membro da “legião”.
e uma nova legião se forma a dos amigos que se tornaram
fãs. das “tias” que se tornaram tietes.
que bom saber que nenhum tempo foi perdido, que mesmo o
mundo andando às vezes tão complicado há espaço pra realizações.
uma homenagem ao meu amigo que quase derrubou a bíblia na
nossa primeira comunhão tropeçando no tapete e que está registrado em tantas
outras passagens de uma infância e adolescência felizes demais da conta.